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Algumas pessoas, no desejo de obedecer estritamente o que Deus ordena, têm tomado textos sobre a oração de joelhos, na Bíblia e no Espírito de Profecia, e tentado “provar” que somente de joelhos a oração é aceitável a Deus.

Faremos neste breve estudo uma abordagem visando dar uma visão geral do assunto, a fim de que a compreensão correta possa ser conseguida por todos, e os pontos de vista pessoais e unilaterais sejam abandonados.

O que precisamos saber está no roteiro que seguiremos nestes estudos:

I - O que a Bíblia diz.
II - O que Ellen G. White diz.
III - O que Ellen G. White fazia:
IV - Um caso especial em Mensagens Escolhidas, vol.2, p.311.

I - O QUE A BÍBLIA DIZ

A Bíblia é quem estabeleceu a nossa doutrina, por isso precisamos saber sua posição sobre o assunto, em primeiro lugar. Ela nos ensina a orar em várias posições:

1. De joelhos - conforme o exemplo de vários personagens bíblicos:
Dn 6:10; 1Co 14:25; Esd. 9:5; Lc 22:41; At 7:60; etc.

2. Em pé - conforme outros exemplos, que na maioria das vezes são esquecidos pelos fanáticos:

a) Simeão orou em pé (cf. Lc 2:27-35).
b) Jesus, ao ressuscitar Lázaro, orou em pé (cf. Jo 11:41-42).
c) Ana orou em pé (cf. 1Sm 1:9,10).
d) O fariseu e o publicano justificado oraram em pé, e Deus não olhou a posição física, mas o estado do coração (cf. Lucas 18:11-14). Aliás, ao Jesus contar esta História, Ele mostrou que era normal, na Sua época, os homens orarem no templo em pé.
e) Salomão fez a benção inicial no templo em pé (cf. 1Rs 8:14; 2Crôn. 6:3).
f) Salomão fez a benção final no templo em pé (cf. 1Rs 8:55-61).
g) Durante a oração, Salomão estava de joelhos (cf. 2Cr 6:13) mas, o povo ficou em pé e só ajoelhou quando caiu o fogo do céu, como sinal de que Deus ouviu a oração (cf. 2Cr 7:1-3). Os sacerdotes e os cantores estavam em pé (cf. 2Cr 7:6).
h) Neemias, que orou a Deus diante do Rei Artaxerxes, estava em pé (cf. Ne 2:4).

Estas orações foram feitas em pé e Deus as ouviu, mesmo quando feitas no templo.

II. O QUE ELLEN G. WHITE DIZ
(Como regra geral)
"Para orar não é necessário que estejais sempre prostrados de joelhos. Cultivai o hábito de falar com o Salvador quando sós, quando estais caminhando, e quando ocupados com os trabalhos diários" - A Ciência do Bom Viver, pág. 510-511.

Portanto:

a) Nem sempre é preciso estar de joelhos para orar
“Devemos orar constantemente, com espírito humilde e manso. Não precisamos esperar por uma oportunidade para ajoelhar-nos diante de Deus. Podemos orar e conversar com o Senhor onde quer que estivermos” – Mens. Escolhidas, vol. 3, p. 266).

b) Pode-se orar a sós sem ajoelhar
“Orai em vosso aposento particular; e enquanto seguis vossos afazeres diários, elevai muitas vezes o coração a Deus” - Caminho a Cristo, 99; ver também: CBV, 511).

c) Pode-se orar caminhando pelas ruas em meio ao barulho do povo, ou trabalhando em meio às máquinas
“Podemos falar com Jesus ao caminhar, e Ele diz: Acho-Me à tua mão direita (Sal. 16:8). Podemos ter comunhão com Deus em nosso coração; andar na companhia de Cristo. Quando empenhados em nossos trabalhos diários, podemos exalar o desejo de nosso coração, de maneira inaudível aos ouvidos humanos” - Obreiros Evang., 258).

III. O QUE ELLEN G. WHITE FAZIA

a) Orava na igreja de joelhos.
“Fiquei surpresa ao ver toda a congregação levantar-se. Solicitei, então, que todos se ajoelhassem, e enviei minha petição ao Céu por esse povo. Fiquei profundamente impressionada com esta experiência” – Mens. Escolhidas, vol. 3, 267.

b) Orava com a igreja sentada.
“Dissemos-lhes que o melhor que podiam fazer era sentar-se mesmo onde estavam, e todos buscaríamos juntos o Senhor confessando nossos pecados” – Mens. Escolhidas, vol. 3, 267.

c) Orava com a igreja em pé.
“Convidei todos quantos quisessem entregar-se a Deus em concerto sagrado, e servi-Lo de todo o coração, a que se levantassem. A casa estava cheia, e quase todos se ergueram. Estavam presentes pessoas não pertencentes a nossa fé, e algumas se levantaram. Apresentei-as ao Senhor em fervorosa oração, e sabemos que tivemos a manifestação do Espírito de Deus. Sentimos que havia sido realmente obtida uma vitória” – Mens. Escolhidas, vol. 3, 268.
“Pergunto: quem agora fará decidido esforço para obter a educação superior? Os que quiserem, manifestem-no pondo-se em pé. [A congregação se levantou.] Eis aqui toda a congregação. Deus vos ajude a cumprir o vosso compromisso. Oremos” – Idem, 269.

IV. UM CASO ESPECIAL

Algum perguntam: “Por que, então, Ellen White repreendeu alguém que estava iniciando a oração em pé?” O texto é o seguinte:
"Tenho recebido cartas perguntando-me sobre a posição que deve ser assumida pela pessoa ao fazer oração ao Soberano do Universo. Onde obtiveram nossos irmãos a idéia de que deviam ficar em pé quando oram a Deus? [...] Prostre-se de joelhos! Esta é sempre a posição apropriada" – Mens. Escolhidas, vol. 2, 311.

Considerações:

a) Nem sempre esta é a posição apropriada para a oração, como já vimos pela Bíblia e pelas declarações e exemplos acima.

b) O contexto da citação demonstra que Ellen White estava repreendendo alguém que fora educado em Battle Creek (centro da denominação na época), e de lá estava vindo um espírito de desafio à Obra e falta de reverência. Pois, haviam por lá influências, como as do Dr. John Harvey Kellogg, que diziam que Deus era uma energia que permeava a natureza (uma espécie de “panteísmo”). Note como Ellen White relaciona a postura da pessoa que orou com Battle Creek com a dos professores do Colégio:
“Em Battle Creek. Será possível que com todo o esclarecimento que Deus tem dado a Seu povo sobre a reverência, pastores, diretores e professores de nossas escolas, por preceito e exemplo ensinem os jovens a ficarem em pé na devoção, como faziam os fariseus? Consideraremos isto demonstrativo de sua presunção e importância própria? Devem essas características tornar-se distintas?” – Mens. Escolhidas, vol. 2, 313.
“Em quem podemos confiar como professores de nossas escolas nos Estados Unidos e nos outros países? Deverão os alunos voltar às suas pátrias depois de anos de estudos, com idéias pervertidas acerca do respeito, da honra e da reverência que deviam ser dados a Deus, e sem se sentirem sob o dever de honrarem os homens de cabelos brancos, os homens de experiência, os escolhidos servos de Deus que têm estado relacionados com a obra de Deus durante quase todos os anos de sua vida? Aconselho a todos os que freqüentam escolas na América do Norte ou em qualquer outro lugar a que não absorvam o espírito de irreverência” – Idem, 314.

Na realidade, aquela pessoa que orou em pé era apenas um representante de uma filosofia que estava existindo na época, em Battle Creek. Por isso a denúncia.

c) O que realmente importa é a humildade interior, pois o exemplo que a irmã White usa nesse mesmo trecho do seu escrito, é o de Lucas 18:9-12. Nele, o fariseu estava em pé com o coração exaltado. Ela nos aconselha a nos prostrar como o publicano que apesar de ficar em pé “fisicamente” estava prostrado “interiormente”, e desceu para casa justificado (cf. Mens. Escolhidas, vol. 2, 313-314; Paráb. de Jesus, 151).

d) O objetivo da advertência era combater a imponência e o espírito irreverente que estava sendo cultivado por pessoas de Battle Creek, e não era intenção dar uma regra geral para a Igreja.

e) Por outro lado, Ellen White mesma por várias vezes declarou que podemos orar andando, trabalhando, ou mesmo quando a sós sem ajoelhar, como vimos em textos acima. Ela mesma orou muitas vezes com toda congregação em pé ou sentada.


CONCLUSÃO:

A Igreja Adventista do Sétimo Dia faz a oração principal de joelhos, sempre que possível. Mas durante o culto, também se admite oração em pé e sentados, em harmonia com a Bíblia e o Espírito de Profecia.

Se a oração é “a respiração da alma” (Mensagens aos Jovens, p. 249), não devemos limitá-la apenas para quando estivermos de joelhos, mesmo quando no templo.

Oremos sem cessar, seja andando, sentados, em pé ou de joelhos, onde quer que estivermos (cf. 1Tess. 5:17).

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Ao mencionar Cristo o caso do fariseu e publicano em Lucas 18, mostrou que estava familiarizado com o tipo de oração que era feito nas Sinagogas daquela época. Mas também tornou clara sua insatisfação com a mesma, conforme relatado em Mateus 6:5. Porem Ele em harmonia com Atos 17:30 justificou o publicano.
Pois as Escrituras também mostram que o Senhor ao lidar com costumes de diferentes tempos que não estão de acordo com sua vontade apenas os tolera, como Ele fez com Abraão e Davi que seguiram os costumes de suas épocas e tomaram mais de uma mulher para si, costume este contrário a Sua norma estabelecida no lar Edênico, o de apenas uma mulher por homem, segundo a ordem de Sua própria autoria.

A irmã Ellen teve de lidar com problemas em sua época no tocante a reverência, mas no fim de sua vida a irmã teve que enfrentar um de seus maiores obstáculos, a queda que teve de uma escada que a impossibilitou de orar de joelhos. Esta queda resultou na fratura do osso de seu quadril.
Mas mesmo quando ela na Igreja orava de pé ou sentada perto do fim de sua jornada, ou pedia aos irmãos para o fazerem devido a falta de espaço na Igreja(pois a Igreja superlotava quando a irmã ministrava o culto) nunca deixava de ratificar as palavras que estão também em Mensagens Escolhidas Volume2 p,314 que se refere ao maior princípio e norma bíblica quando diante de Deus, de não deixarmos de lado a príncipal posição a ser feita durante as orações na Igreja, salvo as orações rápidas ou em forma de benção que podem ser feitas de pé ou assentados...

“ e quando vos reunis para adorar a Deus , não deixeis de vos prostrar de joelhos diante dEle .” Mensagens Escolhidas vol.2, p. 314
“Quando em oração a Deus a posição indicada é prostrado de joelhos. Este ato de culto foi exigido dos três hebreus cativos na Babilônia. ... Mas tal ato era preito que só devia ser prestado a Deus - o Soberano do mundo, o Dominador do Universo; e esses três hebreus recusaram-se a dar essa honra a qualquer ídolo, mesmo que fosse de ouro puro. Ao fazer assim, estariam, para todos os efeitos, a prostrar-se ao rei da Babilônia. Recusando-se a fazer como o rei ordenara, sofreram o castigo, e foram lançados na fornalha de fogo ardente. Mas Cristo veio pessoalmente e andou com eles no meio do fogo e nada de mal lhes sucedeu. "Tanto no culto público como no particular é nosso dever prostrar-nos de joelhos diante de Deus quando Lhe dirigimos nossas petições. Este procedimento mostra nossa dependência de Deus”. [Mensagens Escolhidas vol.2, p. 312]

Salmo 72:11 E todos os reis se prostrarão perante Ele; todas as nações O servirão.
Salmo 86:9 Todas as nações que fizeste virão e se prostrarão perante a Tua face, Senhor, e glorificarão o Teu nome.
Salmo 95:6 Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou.
Salmo 99:5 Exaltai ao Senhor nosso Deus, e prostrai-vos diante do escabelo de seus pés, pois é santo.
Salmo 132:7 Entraremos nos Seus Tabernáculos; prostrar-nos-emos ante o escabelo de Seus pés.

Mateus 6:5 E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.

Filipenses 2:10,11 Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.

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