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O governo federal planeja distribuir, já no segundo semestre, o kit escolar para combater a violência contra gays. Chamado de Escola sem Homofobia, o kit será enviado para 6.000 escolas públicas do país.
Dirigido a professores e alunos do ensino médio, em geral com 14 a 18 anos, o material contém vídeos polêmicos, que tratam de transsexualidade, bissexualidade e de namoro gay e lésbico.
O objetivo do kit é ensinar os estudantes a aceitarem as diferenças e evitar agressões e perseguições a colegas que assumem a homossexualidade.
O assunto virou foco de polêmica no Congresso Nacional, depois que deputados contrários ao material o apelidaram de “kit gay”, argumentando que ele estimularia a prática homossexual entre os adolescentes

Como é o kit
Além de cinco vídeos em DVD, o kit anti-homofobia inclui um caderno com orientações para professores, uma carta para o diretor da escola, cartazes de divulgação nos murais do colégio e seis boletins para distribuição aos alunos em sala de aula.
A ideia é que o material sirva como guia para discussões sobre as diferenças de sexo, a discriminação contra mulheres e gays e a descoberta da sexualidade na adolescência.
O kit é em boa parte desconhecido. Há pelo menos um ano, ele vem sendo estudado pelo MEC (Ministério da Educação), que pode fazer mudanças no formato. O material é mantido em sigilo pelo receio de um impacto negativo antes da entrega às escolas.
Em contato com o ministério, o R7 não obteve acesso ao conteúdo do material impresso, sob a justificativa de ele ainda estar  “em análise” por um grupo de trabalho. Na internet, a reportagem encontrou cinco vídeos.
Três dos vídeos estão em versão completa na internet. Todas as histórias se passam em uma escola.
Veja abaixo:
Encontrando Bianca, sobre um rapaz que se descobre travesti;
Probabilidade, sobre um garoto que gosta de meninos e meninas;
Torpedo, sobre um casal de meninas.
No site da Ecos, ONG responsável pela produção, há trailers para download de outros dois vídeos, mais antigos. Um deles é o desenho animado Medo de Quê?, sobre um menino que percebe estar apaixonado por um colega; e Boneca na Mochila, em que uma mãe descobre que o filho gosta do brinquedo.
Todo o material foi projetado pela ONG, sediada em São Paulo, que também negou o envio da parte impressa e do restante dos vídeos. Em conversa com a reportagem, a diretora da entidade, Lena Franco, uma das autoras, descreveu o teor.
- [O material] diz como a heterossexualidade foi imposta como norma, que é imposta e as pessoas têm que aceitar. Conta a história do movimento LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros] e a história dos direitos humanos.
Para além da questão gay
Cada edição do boletim do kit Escola sem Homofobia, voltado para os alunos, traz um tema diferente e  que vai além do conceito sobre diversidade sexual. Tratam de amor, mas também questões sexuais, como masturbação. Também falam de família, violência sexual e doméstica e prevenção à AIDS, entre outros.
No site, a apresentação do caderno que será distribuído no kit diz que ele “possibilita aos profissionais avaliar e rever sua visão em relação à homossexualidade e à própria sexualidade dos jovens”. O caderno está esgotado.
A reportagem apurou que só a confecção do kit custou R$ 743 mil. O dinheiro é parte de uma emenda parlamentar aprovada em 2008 no valor total de R$ 1,9 milhão, que financiou ainda uma pesquisa nacional sobre homofobia nas escolas e cinco seminários.
Como ainda não começou, a impressão e distribuição do kit anti-homofobia ainda têm custo desconhecido, mas também deve ser bancado com dinheiro público.
Reação
Enquanto o Ministério da Educação se fecha sobre o assunto, um grupo de deputados, liderados pelo polêmico Jair Bolsonaro (PP-RJ), vem buscado apoio da sociedade contra a distribuição do material.
Nesta semana, o deputado carioca deve levar aos gabinetes dos colegas 10 mil panfletos atacando o kit anti-homofobia.
- Ninguém aqui é contra o homossexual, cada um faz o que quer com seu corpo. O que não pode é levar isso para as escolas.
Contra esse tipo de argumento, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), ligado ao movimento gay, diz que o material usa a educação para inibir as agressões a alunos perseguidos nas escolas. Para o kit ganhar apoio da sociedade, é preciso esclarecer as pessoas, ressalta o parlamentar.
- O projeto valoriza a vida humana, o respeito à dignidade do outro. Se a gente pudesse apresentar para a sociedade os danos causados pelo bullying, se pudesse ter acesso a todos os crimes praticados, lesões corporais, violência, ela [a sociedade] não iria ser contra, porque estaria protegendo os seus próprios filhos.
Nas últimas semanas, duas comissões rejeitaram a convocação do ministro da Educação, Fernando Haddad, para falar sobre o kit na Câmara Federal.

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Bom dia!. Se me permitem comentar, quero expressar os meus mais sinceros sentimentos de respeito a qualquer ser humano que habita este planeta. Cada individuo pode fazer da vida o que quiser, mas cada ato pensado ou não tem suas consequencias e sobre estas, pesa a responsabilidade de quem as tomou. Agora uma coisa é bom deixar bem claro. Tal esclarecimento, como queiram chamar deve ser ponderado. A criança na sua formação tenra, nada tem que ver com as anomalias geneticas, praticas abusivas que em algum momento adquiriu ou sofreu. Isto deve ser tratado como doença e seus respectivos profissionais. As escolas devem ser lugar de segurança e tranquilidade. Este assunto polemico deve ser tratado fora das escolas. Os movimentos GAYS, DEVEM REAVALIAR MELHOR ESTA QUESTÃO.

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