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Parábola do Rico e Lázaro (ou do rico e o mendigo) Lucas 16:19-31.
Apenas alguns pontos visto não ser possível agora uma maior explicação.
Essa estória não serve para provar a imortalidade da alma ou a existência do
inferno e purgatório porque os elementos não se harmonizam uma vez que se trata
de uma parábola.
Razões:
1) Trata-se de uma parábola e estas não devem ser usadas para provar doutrinas
pois se trata de recurso didático para chamar a atenção para um ponto específico.
Neste caso advertir os fariseus avarentos (Luc 16:14)e ensinar que os ricos
não são preferidos pelos céus.
2) Se usarmos parábolas e seus detalhes para provar doutrinas teríamos que dizer
que Deus não tem boa vontade para atender nossas preces como no caso da viúva
importuna (ou do juiz iníquo) que faz parte da mesma seção de parábolas (Luc
18:1-8) ou que Jesus ensinou a ser desonesto como na parábola do administrador
infiel (Luc l6:1-9). Todas têm uma lição: a do juiz é perseverar em oração e
a do administrador infiel é usar nossos bens fielmente para a obra de Deus ou
seja, ser fiel no pouco e depois receber a vida eterna.
3) A palavra espírito não é usada no relato e seria de se esperar seu uso se
se tratasse de ida para o purgatório ou o inferno.
4)A palavra purgatório não aparece no relato e note que uma vez nas chamas o
rico não tem uma "segunda chance" como ensina a doutrina do purgatório.
5) A palavra não apenas deixa de usar referências que possam indicar corpos
imateriais como também descreve o pobre e o rico como corpos físico: eles têm
dedo, língua e além disso sentem sede, calor e necessitam de água para se refrescar.

6) O rico quando morre não está realmente no inferno mas na sepultura como diz
o texto (grego hades=lugar do morto, sepultura) não diz também purgatório. Tanto
prova é que para voltar ao mundo, segundo a própria parábola, seria necessário
não uma "visagem" ou aparição mas somente pela ressurreição, isto é, levantar
dos mortos e corpo físico outra vez (v.31).
7)Surgem outras questões: pode a separação entre os salvos e perdidos ser tão
próxima que podem conversar uns com os outros? Essa idéia não combina com a
doutrina geral da Bíblia.
8) A Bíblia ensina que após a morte a recompensa dos salvos só será dada após
a ressurreição e sem ela todos os que morreram em Cristo e que não foram ressucitados
estariam perdidos. (I Cor.15:16-18. Isso somente ocorrerá quando Jesus voltar
(I Tess. 4:13-17).
Portanto, deve-se usar essa estória como ela realmente é: uma parábola que têm
uma mensagem principal e que não deve ser tomada em todos os seus detalhes.
Querer tirar daí a existência do purgatório é querer forçcar o texto a dizer
o que não diz e exigir de paábolar significado nos detalhes o que não é seu
(da parábola) objetivo fornecer.

O outro caso: I Cor. 5:1-6 "seja entregue a Satanás"

Essa é fácil também. Leia todo o trecho indicado e note que Paulo está repreendendo
os coríntios por estarem tolerando um cidadão que estava tendo um caso com a
madrasta. Note que Paulo que ele "seja salvo no dia do Senhor" mas que a "carne"
ou seja, os desejos sensuais sejam vencidos, destruídos. Como a igreja via o
mundo dividido em dois reinos, o das trevas e o da luz, isto é, Satanás (o mundo,
fora da comunhão da igreja)e Cristo (a igreja e sua comunhão). Confira o pensamento
do próprio Paulo sobre os dois reinos em Colossensses 1:13, 14. Na linguagem
da época Paulo apenas ordenava que o irmão fornicário fosse retirado do rol
de membros, da comunhão da igreja para que se envergonhasse, se arrependesse,
sentisse a gravidade do seu erro, erro esse que a própria igreja não estava
se apercebendo e achando normal(versos 2 e 5). Trata-se apenas de uma forma
de falar que a nós soa estranha mas que era comum naqueles dias.

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